Um dia.

Dói-me o coração. Dói-me imenso.
Quero dizer o que vai aqui dentro. Preciso de ser quem te completa. Quero a minha metade. Conseguir ir ter contigo e fazer tudo o que me apetece. Quero libertar-me como se fosse a última oportunidade que o tenho para fazer. Saciar o desejo que me enche a alma de carência, de falta de TI.
Dói-me o coração. Dói-me imenso.
Aprendi que ser a boazinha e a que dá a mão nunca é bom. Valor ninguém nos dá. E se começam por valorizar acabam por pensar que queremos algo em troca. Ter de pensar que se estamos a ajudar, podem interpretem doutra forma, e por isso há-que ter cuidado, ou mesmo achem que existem segundas intenções. É bem fudido. De mim, o que levam é da pura ingenuidade. (Sou a parva). Cada pessoa conseguiu de mim, exactamente, o que cativou, nem mais nem menos. E cada qual é responsável por isso mesmo. Tento ser melhor, ser superior, ser amiga e bondosa, mas por favor, não suporto falsidades, mentiras e juízos de valor. A verdade pode magoar, mas é sempre mais digna. Levar facadas é o pior. Não me mandem areia para os olhos, que sou superior a isso.
Dói-me o coração. Dói-me imenso.
Por isso, agora tenho uma solução: deixei de ser a boa da fita.
Se tenho de falar? Falo.
Se tenho de mentir? Minto.
Se tenho de magoar? Magoo.
Vou tentar ser mais feliz assim. Vou ser a farsa. Talves assim seja recompensada.
Vou dizer tudo o que tenho a dizer e vou bazar.
Vai ser dificil ir embora e acabar com tudo, fingir, mentir, ser alguém que não sou eu. Mas hei-de conseguir. Um dia.